''Imagina daqui a anos quando tiveres na casa dos oitenta, vais morar numa vivenda? Numa fazenda? Vais preocupar-te com a renda, soltar a nota. Ser chamado de cota pelos putos que agora gozam, as dores, doenças, com as roupas e rugas, com o velho estilo tuga, cabelo grisalho, all star. Vais,olhar pa trás, sentir orgulho do que deixaste? Da rapariga que criaste? À tua imagem moldaste. Mas, eu só espero fazer aquilo que desejo, poder metê-la num bom colégio pa ser aluna do ano, ganhar o meu money limpo, sem estrilho, sentir orgulho de qualquer coisa que eu tenha escrito, entretanto, ando a música acaba mas o corpo ainda aguenta mais umas horas fora da cama, o cérebro ainda pensa, ainda sabes como te chamas, e não consegues esquecer que vais morrer no próximo fim-de-semana. É disso que tenho medo, sentir-me presa ou cansada, ao subir as escadas da casa onde moro já reformada. Vou sentir saudades de amigos que entretanto partiram, pensar que tantas vezes falamos de cancro e não ouviram.. Uma família, a velha Sadie com netos, os filhos, marido e velhos discos, orientar algum guito, não me importava de ser rica, com um brilhozinho nos olhos, passar os noventa sem problemas e doenças, sem Alzheimer a foder-me a cabeça, não me sentir a mais como diferença quando não suportarem a minha presença. Mas eu vi o Hiphop crescer e entrar em decadência, as estrelas queriam brilhar e sacrificaram a essência, venderam raios de luz em troca de uma aparência.''
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