sábado, 26 de outubro de 2013
dia.
''O mundo é cheio de pessoas e os dias cheios de infinitos mas tão infimas as possibilidades de nascer um mito, e para fazer por isso, podemos tentar tornar o dia do outro mais bonito. Ele escolheu começar no dia dos namorados, uma rosa e um recado confiando no acaso mas ela não respondia e algum tempo passado na falta de um mais-que-tudo o compromisso foi selado. Com o mundo e se no fundo o amor é quotidiano faz sentido que o altar seja o metropolitano todos os dias do ano na última carruagem devoto na oferenda uma flor e uma mensagem. Escrevia como para ela, em vida paralela e vinha de Santa Polônia sentado a janela e quando tocava o Marques para a linha amarela já trazia uma flor a menos na lapela. E lá estava o seu bilhete pendurado, no sinal de alarme como combinado, para lembrar a quem passava que o amor é inesperado, e que, como o perigo pode estar em todo o lado. O destino dele era o coração e todos dias ele seguia na carruagem a mesma circulação e cada dia era comprido com dedicação a rotina que fazia da sua vida uma missão. E como retribuição ele recebeu respostas, na caixa de correio chegaram muitas propostas, mulheres dispostas a tudo, lisboetas de todo o mundo mas que no vagão do fundo sonhavam com futuro inspiradas no romance, sem chance, ele só queria uma e esta não estava ao alcance. 365 dias depois, depois de 365 poemas e flores chegada ao fim da promessa e despedida, era a última tulipa, a última tentativa. No sinal de alarme na tarde de S.Valentim, a paixão é o início o amor é o fim e já sem nenhuma esperança que ela lhe respondesse tingiu de algumas lágrimas esse último bilhete, foi de coração cinzento que na manhã seguinte tudo foi surpreendente mal saiu do número 20, haviam flores e frases espelhadas pelas ruas. Nos postes, nos semáforos, nos carros, nas gruas, palavras nas paredes, pétalas por todo o lado, poemas e papoilas e RAP a passar na rádio. Ele ia embasbacado no caminho da estação que passou a primavera com as flores no corrimão e até na bilheteira se davam outros bilhetes, de admiradores secretos do metro nos seus ''flirts'', ele foi descendo a escada na entrada da carruagem penduradas no alarme uma flor e uma mensagem. Pela primeira ele era o destinatário.. era o 15 de fevereiro, o seu aniversário. Cheirou a rosa vermelha enquanto abria a carta, a paixão é uma janela o amor é uma porta e ao lado estava uma entreaberta, e no recado era conhecida a letra, espreitou para a cabina e era ela! No lugar do maquinista a sua espera! E ele vai em direção a ela com o beijo de cinema, a paixão é uma flor o amor é um poema e ele vai em direção a ela com o beijo de cinema porque a paixão é uma flor o amor é um poema.''
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